sexta-feira, 29 de abril de 2011

"Ras Tafari - Biografia"


O Rei Ras Tafari Haile Selassie completou o ciclo dos 225 homens que sentaram no trono da Etiópia, na linhagem iniciada séculos antes, com a união do Rei Salomão de Jerusalém com a Rainha Makeda da Etiópia (a Rainha de Sabá).
O nascimento de Tafari Makonnen havia sido anunciado por astrólogos e sacerdotes da Igreja Ortodoxa. Segundo eles os planetas Plutão e Netuno concluíram ,em junho de 1892, mês do nascimento, uma aproximação iniciada cerca de 500 anos antes, trazendo para o planeta Terra a influência da constelação de Leão: A casa de Judá, nesse mesmo ano a passagem do cometa Holmes (um dos maiores em extensão) foi identificada por astrônomos.
Depois da terrível seca que deixou o povo da Etiópia desolado por três anos, voltou a chover na noite do nascimento do menino, na noite de 23 de julho, e então recebeu o nome de Tafari, que do amárico pode ser traduzido como 'Sem Medo' ou 'Criador'.
Com 40 dias de vida foi batizado na Igreja Cristã Ortodoxa Etíope e recebeu Haile Selassie (Poder da Santíssima Trindade) como nome de batismo,título esse que seria retomado décadas mais tarde, na ocasião da coroação. Os místicos da época ficaram impressionados ao identificar o desenho da linha da vida na palma da mão do menino, que parecia voltar para o começo.
Com 2 anos de idade perdeu a mãe e foi educado pelo pai, Ras Makonnen, primo e grande amigo do então Rei Menelik II. Ainda muito cedo desenvolveu interesse aguçado por livros e por toda sabedoria que os mais velhos poderiam lhe transmitir. Colecionava e lia enciclopédias de diversos temas, em especial as escrituras sagradas e textos apócrifos. Surpreendeu diversos sacerdotes, deixando-os perplexos devido a sua impressionante capacidade de memorização de uma vasta literatura.
Muito jovem, aos 13 anos seu pai faleceu e então Tafari sem o pai e a mãe foi morar sozinho, aos cuidados do Rei Menelik II. Já no terreno de casa cultivava pessoalmente diversas espécies de plantas e animais, desenvolvendo com eles uma comunicação especial que o permitia amansar até mesmo os animais mais selvagens. Foi respeitado como aluno brilhante e de espírito revolucionário: estudava Filosofia, Direito, Línguas, História, Educação, entre outros assuntos, desenvolvendo verdadeiro amor por ler e escrever.
Ainda aos 13 anos foi convidado pelo Rei a ser chefe do Distrito de Gara Mullata, num posto que (ao lado de um tutor administrativo) o permitia atuar como Juiz, apesar da idade precoce para o cargo. Nesta época recebeu o primeiro título oficial, "Desjazmatch", que significa "O Guardião do Portão".
Aos 19 anos casou-se com Menen Asfaw, neta do Rei Mikael (de Wollo) e descendente do profeta Maomé, patriarca dos Muçulmanos. Tafari atuou como Governador de Harar e em seguida tornou-se Príncipe Herdeiro do trono, sendo condecorado com o título 'Ras' (Cabeça). Nessa época, por seu esforço pessoal, a Etiópia tornou-se a primeira nação africana a ingressar na então Liga das Nações, inserindo a África no contexto das discussões políticas internacionais.
Em 02 de novembro de 1930, na capital Adis Abeba (nova flor), foi coroado Rei da Etiópia, ao lado da companheira, a Imperatriz Menen, na Igreja de São Jorge.
Judeus e Cristãos consideram a dinastia pertencente ao Rei Salomão, filho de Davi (da mesma raiz de Jesus, Maria e José) como a linhagem mais antiga da Terra, por traçar uma genealogia que passar por muitos patriarcas, incluindo Jacó, Abraão, Noé e Adão. Ao assumir e zelar o trono ancestral da Abissínia (antiga Etiópia) Ras Tafari herdou títulos divinos, mencionados na Bíblia e oferecidos ao Zelador do Trono do Pai Criador: Sua Magestade Imperial da Etiópia, Poder da Santíssima Trindade (Haile Selassie I), Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Negusa, Negast, Qedamawi Qedamawi), Leão Conquistador da Tribo de Judá, Eleito de Deus, Raiz de Davi, Juiz na Terra e Luz desse mundo.
O ritual de coroação teve inicio às 07 horas da manhã e contou com a presença de 72 governantes de diversas nações, que entoaram salmos em louvor a Deus perante o Sol nascente. Como uma das primeiras medidas na posição de Rei, propôs uma revisão legislativa com a primeira constituição escrita do país: abolindo definitivamente a escravidão e fazendo a reforma agrária. Porém 5 anos após a coroação de Haile Selassie I, a Etiópia, unica nação africana jamais colonizada, foi invadida pelo exército fascista do italiano Mussolini, que com armamento pesado e gases tóxicos conseguiu dominar o território etíope por 5 anos.
Neste período da invasão, Mussolini chamou a Etiópia de "África Ocidental Italiana", enquanto haile Selassie foi até Jerusalém buscar forças espirituais com sua família. Também pediu apoio na Liga das Nações e sentindo-se só, fez um dos discursos mais emblemáticos e proféticos de sua vida, mais tarde transformado na canção 'War', pelo cantor jamaicano Bob Marley. Nesses 5 anos o Rei Selassie morou em Londres e da Inglaterra conseguiu apoio para liderar pessoalmente a reconquista da soberania nacional. Na volta para casa continuou seu projeto de reforma agrária, doando longa faixa de terras para os etíopes e outros africanos (e afro-descendentes), em Diáspora, espalhados por todo o mundo.
Lutou durante toda sua vida pelo fim da corrida armamentista, pelo fim da discriminação racial e religiosa, pela unificação da África, tendo fundando a OAU (Organização da Unidade Africana), quando também foi chamado de "Pai da África", e pela unificação das Igrejas Cristãs de todo o mundo, recebendo na Conferência Internacional com líderes de diferentes matrizes Cristãs o título de "Defensor da Fé". Também militava em favor da preservação da natureza e por um modelo de educação que integrasse mente, corpo e espírito.
Foi o primeiro Rei africano a visitar todos os continentes mantendo relações amigáveis com líderes dos mais diversos povos. Visitou o Brasil pousando na cidade do Recife em 12 de dezembro de 1960. Permaneceu no país por 3 dias, conhecendo a recém-construída cidade de Brasília  com o então presidente da república Juscelino Kubitschek. Do Rio de Janeiro teve que interromper a viagem antes da data esperada, retornando à Etiópia para amenizar conflitos políticos.
No ano seguinte a visita ao Brasil, ficou viúvo daquela que lhe deu seus 3 filhos e 3 filhas, além das dezenas de netos e bisnetos.
O reinado do representante mais atual da dinastia salomônica na Etiópia foi interrompido em 1974, quando aos 82 anos de idade veio a ser traído por oficiais de sua confiança e deposto por um golpe militar (que por influência estrangeira o considerava velho e ultrapassado para o poder).
Embora fosse admirado pelo povo e por outros líderes africanos, a família imperial foi presa e exilada e o corpo do Imperador Ras Tafari desapareceu misteriosamente, sendo supostamente encontrado no ano de seu centenário (1992), e sepultado somente em 2000, na Igreja da Santíssima Trindade. 
Cabe ainda mencionar que a palavra de Ras Tafari pode ser aplicada de forma prática, na vida diária de cada um de nós, por falar a respeito de diversas questões que afligem o ser humano em seu desenvolvimento intelectual, físico e espiritual. Os discursos narram a busca de cada um consigo mesmo, mas também enfatizam uma relação positiva com o meio ambiente e com os semelhantes, fazendo importantes considerações que vão desde a ligação do indivíduo e família, até a comunidade, a nação e a humanidade como um todo. São mensagens de fé e amor que tocam o coração e transcendem tempo e espaço, pois apesar da simplicidade com que foram escritas, são capazes de levar chaves importantes para quem almeja viver verdadeiramente melhor nesta terra.     

Fonte: bandapontodeequilibrio.com.br

quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Cultura Rastafari"

rastafarianismo, também conhecido como movimento rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, Imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da Trindade Sagrada o Messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.
O movimento surgiu na jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos ReisSenhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de idéias religiosas e líderes messiânicos.
Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha, aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.
O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.
O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do REGGAE; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Robert Nesta Marley (Bob Marley). No ano 2000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros terem orgulho de si mesmos e de sua herança africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e da África, um exemplo é o porque que não te ensinarem sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela CULTURA AFRICANA que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo a natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como ato africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância.
Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, enquanto eles olham a vida de dentro, olhando para fora; e todo rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representativas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possivelmente vivem. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o sangue dos Martíres, o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do inglês conhecida como patois jamaicano. Há músicas de regae escritas em amárico.

                                                                                                                                                                                                                               Fonte: WIKIPÉDIA